Oriente de Niterói - da E∴V∴

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

SOU MAÇOM?


SOU MAÇOM?

Ir∴ Evaldo Vilela Santos Junior
 A∴R∴L∴M∴ Cláudia Maria Diz Zveiter Nº 147
Agosto de 2009

      Minha infância foi completamente normal como a de qualquer outro menino suburbano. Corria pelas ruas do bairro; soltava pipa; pulava no terreno vizinho para pegar carambolas; ficava atento para não me meter em confusão (missão quase impossível); tentava manter nossa casa limpa e em ordem, cumprindo explicitamente as ordens da minha mãe (D. Lourdes), pois, meus pais trabalhavam e, logo, essa era uma das nossas missões diárias; levava o irmão mais novo à escola entre outras coisas. Todavia tinha algo que me intrigava e despertava à atenção e grande curiosidade. Quase todas as vezes que saia de casa passava em frente à residência de um senhor meio idoso (pai da Kátia) e que diziam ser maçom. Maçom! Afinal o que vinha ser isto? De semblante sério e austero aquele senhor mantinha o respeito das pessoas numa atmosfera de desconhecimento misturada com mistério. Por diversas vezes, nos finais de semana, eventualmente à noite, outros de perfis parecidos freqüentavam, também, sua casa. Há de se dizer que nunca o vi, ouvi ou tomei conhecimento de que seu nome estivesse ligado a coisas erradas. Na época dos doces, no mês de setembro, era uma verdadeira disputa para conseguir um lugarzinho perto do seu portão, porque, também, havia brinquedos que religiosamente eram distribuídos. Ah! E quando ele, acompanhado da Srª. Palmira (sua esposa) saíam repletos de coisas, como: roupas usadas; livros; brinquedos; até uma panela que exalava aroma gostoso de sopa quentinha. Certa vez escutei dizer que os viram alimentando crianças em baixo de uma ponte, lá para os lados de Del Castilho, perto de uma grande fábrica de roupas (hoje, Nova América Outlet Shopping). Um dia, sem que, nem porque, resolvi tomar coragem e cumprimenta-lo: ...bom dia senhor Antonio. Sua resposta fora completamente serena e amiga, longe do estranho medo que sentia quando passava por nós. Respondeu-me, então:... Bom dia a você, também. Bons estudos. Observo que seus pais os educam bem, a você e seus irmãos, exatamente como devem ser. O medo misturado com curiosidade que envolvia a presença do Sr. Antonio havia instantaneamente desaparecido. Desde então fiquei me perguntando: ...Ser maçom é isto? ...É transmitir segurança e tranquilidade? ...É ser educado e atencioso? É ser caridoso com quem tem muito pouco ou quase nada? Se for assim, quando crescer, também, quero ser maçom. Portanto, diariamente em minhas orações, peço a Deus que me ajude a manter-me nessa trilha não permitindo que, nem mesmo num só instante, me afaste desse caminho. Que eu seja amigo dos meus irmãos; IIr.'.; filho e sobrinhos; que eu seja bom filho e bom marido; que eu seja homem de bem.
        Ah, que pena... Acordei!
      Parecia ser mesmo real! Como foi bom viajar, retrocedendo no tempo, mesmo que em sonho. Relembrar bons períodos que vivi, ainda, quando criança. Revi muitas pessoas que fizeram parte desse maravilhoso tempo da minha vida, inclusive meu saudoso pai; avós e lógico o Sr. Antonio, hoje, todos, no Oriente eterno. Depois disto sinto que posso revivê-los a todo instante. Quem sabe, com o devido empenho e dedicação, sem desejar recompensas ou “vantagens” consiga me transformar noutro Sr. Antonio.

Feliz dia do Maçom!

Ir∴ Evaldo Vilela Santos Junior

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